Estes dias de maio, estava assistido TV com minha esposa, e e eis que me chamaram pelo nome. Se fosse só eu a escutar, poderiam dizer que estou louco, mas Meg ouviu também. Fui verificar quem chamara e nada...
Nos anos de chumbo, da ditadura, participei de um processo de selecao nos Correios, e fui aprovado. Faltava apenas tirar um "nada consta" no DOPS(Depto de Ordem Política e Social). Vocês imaginam como nós passávamos? Ter que ir ao DOPS tirar um documento é acabar preso? Pois é! Eu fui. Mandaram eu voltar em uma semana. Quando voltei para pegar o "nada consta", temendo ser preso, eis que me dizem que havia alguma coisa, e que eu deveria ir até a Segunda Região Militar, para tirar um documento de que não tinha nenhum processo. Mais um temor, ter de andar e ser preso, e torturado. Mais uma semana e nada constava. De volta ao Correio,e curiosamente tinha perdido a vaga. Quem mandava no Correio era um Coronel Dirceu, que, por acaso, havia sido meu professor de desenho(um autoritário) no Colégio São Domingos, nas Perdizes, em Sampa. Mesmo assim procurei entrar em contato com ele, através de seu filho, que fora meu colega de classe no ginasial, para reparar esta injustiça. Nunca obtive resposta. Outros empregos também perdi, por perseguição política. Sobrevivi mantendo meus princípios. Os Correios,provavelmente,voltarão a ter este perfil persecutório novamente. A vida é assim: luta constante e fidelidade ao povo brasileiro em suas lutas. LONGE VÁ TEMOR SERVIL!!! De vez em quando conto alguns fatos pitorescos do meu passado. Me orgulho de ser fiel ao povo brasileiro.
Minha alma chorava, e não entendia. O Sol logo vinha e tudo voltava ao normal. Mas, à noite, no entra e sai da despedida da razão, chorava. Um causa oculta antecipava acontecimentos. Chorava e chorava. Avisava-me o céu, a preparar-me pelas lágrimas, o que haveria de vir. Desfiava a vida, sua transitoriedade, profetizava. Até eclodir a trama. Como medir um sofrimento? Como estancar um mal? São peças colocadas no edifício da vida para dar estabilidade à obra de uma construção que termina quando o principal foi descoberto. Emudeço.
Os olhos contemplarão tremores, dois ou três, de intensidade moderada, nos lembrando de nossa fragilidade, e nos convidando à conversão. Porque grande é a paciência e a misericórdia de Deus diante deste mundo, onde as pessoas se devoram.
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Pastor compara Nossa Senhora a garrafa de Coca-Cola e revolta católicos
O pastor Agenor Duque prega para fiéis da Igreja Plenitude Imagem: Reprodução/Facebook
Ricardo Feltrin
Colunista do UOL
11/09/2017 07h20Atualizada em 11/09/2017 08h24
O
pastor auto-intitulado apóstolo Agenor Duque, da Igreja Plenitude do
Trono de Deus, se meteu numa grande polêmica que pode ter inclusive
consequências judiciais.
Um vídeo com uma pregação que ele fez na sede da igreja, na av. Celso Garcia, em São Paulo, viralizou da pior forma possível.
No
vídeo, Duque usa uma garrafa de Coca-Cola para zombar da devoção à
imagem de Nossa Senhora. A cena foi exibida no canal da emissora,
disponível por antena ou nas TVs por assinatura.
Embora sem citar
nominalmente a Santa, o pastor deixa claro que está falando dela. É
escura como essa garrafa, o manto dela se parece com um rótulo, compara.
“A
boca dela não fala. O ouvido dela não ouve. Você que está com câncer,
tire ela do pedestal. Talvez tenha um altar aí”, afirma o líder da
Plenitude.
Com a garrafa na mão, ele a solta no chão. “Eu a
desafio a levantar. Estou falando da Coca-Cola. Mas você sabe do que eu
estou falando”, provoca o pastor, que recentemente fez uma campanha para que os fiéis doassem R$ 3 milhões mensais para a igreja manter seu espaço na TV e nos rádios.
O pastor também ataca a imagem de São Jorge, outro santo católico.
“Tire
esse cavalo que está aí, esse homem que está em cima (do cavalo, São
Jorge) e aceite a Jesus Cristo Salvador”, prega Duque sob aplausos dos
fiéis.
A pregação do pastor provocou revolta generalizada entre
líderes católicos do país, que passaram a reproduzir o vídeo e a
responder a Agenor Duque.
Com reação, o pastor retirou o vídeo
original das redes. Nas últimas três semanas, o departamento Jurídico
da Igreja Plentiude passou também a notificar canais do YouTube e exigir
a retirada do vídeo gravado em sua igreja, alegando “direitos
autorais”.
Mas o vídeo original também desapareceu.
“Porque esse ataque e essa blasfêmia à Nossa Senhora”, postou em sermão o padre Augusto Bezerra.
“Esse
pastor, que eu nem vou citar o nome, pegou uma garrafa de Coca-Cola
fazendo insultos. Pra que isso? Porque esse ódio à Virgem”, pregou.
O padre Fernando Henrique Guirado também contra-atacou o líder da Plenitude.
“Na
minha casa tem, sim, pastor, a imagem da mãe de Deus, enegrecida, cujo
título é Nossa Senhora de Aparecida. Não é uma deusa e não se parece com
uma garrafa de refrigerante. Se parece com a Arca da Aliança.”
O padre Léo Assis, em outro vídeo, debochou do pastor.
“Ô, Agenor Duque, você tá fazendo aquilo que o pastor da Universal fez. Você tá querendo ganhar ibope.”
E
continuou: “(Se Nossa Senhora parece com uma garrafa de Coca-Cola),
você parece um botijão. Ô, Agenorzão. Você tá comendo muito. Tá gordo.
Tenta salvar sua alma, meu amigo.”
Escute o áudio do vídeo: OUTRO LADO
A
coluna tentou ouvir Agenor Duque por telefone, na sede da igreja, e em
mensagens diretas enviadas nas redes sociais da igreja Plenitude.
Apesar
de ter informado que estava apurando a reportagem e que solicitava a
versão do pastor, até o momento da publicação deste texto nem Duque nem
seus representantes se manifestaram.
