A imagem visível do Deus invisível

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Ele, a razão da nossa vida

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Jesus abandonado

Ando procurando um menino.

Ele está perdido no adulto que esqueceu-se de olhar para dentro de si mesmo. Um menino franzino e silencioso, dependente.

Uma criança que me olha com constante interrogação como se eu entendesse o que estivesse fazendo.

Procuro-o por décadas.

Às vezes parece que o encontro, e uma paz invade meu ser, como se nunca tivesse feito algo errado.

Outras vezes sinto que me chama, em meio às atividades diárias, como se convidasse a separar-me por instantes, para descobrir este farelo em que me tornei, que já nem sei quem sou.

Ele não me deseja destruído, nem quem substituir-me.

Não recrimina, mas espera atentamente que eu seja melhor.

Não impõe nada, não me acusa de nada, apenas acompanha-me, alegrando-se ou entristecendo-se com o que faço.

Tenho a esperança de encontrá-lo em algum momento.

Nesta caminhada quer corrigir-me ao cuidar d'Ele.

Mostra-me a humildade e a dependência, valores tão relegados para um Deus.

Mostra ciúmes.

Muito ciúme de mim.

Disputa-me a todo instante com as ofertas que o mundo traz.

Mas recusa-se a manipular-me. Tem profundo respeito pelo que decido, mesmo quando erro.

Esta criança está sempre em diálogo comigo.

A ela elevo meus pensamentos, num agradecimento, por estar vivendo e contando esta história.


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